Rui

100 anos depois…

 

O Brasil chora por Rui

Comoção nacional e repercussão mundial

 

Na noite de 1 de março de 1923, Rui Barbosa, então com 73 anos, morre na sua casa em Petrópolis. O corpo é levado num trem especial para o Rio de Janeiro e permanece em câmara-ardente na Biblioteca Nacional. Nos ombros do povo, o esquife seguiu para o cemitério São João Batista, onde foi sepultado. Vários políticos e intelectuais discursaram em homenagem. Decretado luto oficial de três dias, aquele homem que jamais lograra ocupar o posto supremo da Nação recebe honras de chefe de Estado.

Em 1949 seus restos mortais foram transladados para o Tribunal de Justiça da Bahia, em Salvador – hoje Fórum Rui Barbosa.

Entre 1849 a 1923, Rui Barbosa viveu um tempo interessante, rico em acontecimentos relevantes para a história do Brasil e para o mundo: a abolição, a passagem de monarquia a República, a Primeira Guerra Mundial, as rápidas transformações da sociedade num mundo deslumbrado ante o progresso que chegava a passos largos. A nenhum desses acontecimentos Rui esteve alheio; de muitos, foi parte atuante.

Por isso, sua morte causou comoção nacional e teve repercussão mundial: manchetes e página inteira em vários jornais, como o The Times, de Londres, que lhe dedicou um espaço nunca antes concedido a qualquer estrangeiro, fotos de seu sepultamento estampadas em primeira página, casas de espetáculos fechadas em todo o país atestaram a importância desse grande brasileiro e o carinho de que era alvo por toda parte.

Numa época em que as telecomunicações eram precárias, à pequena Vila Elisário, a 500 km de São Paulo, a notícia de seu falecimento só chegaria com 15 dias de atraso. Mesmo assim, não passou em branco: foi feito um velório simbólico, com um retrato de Rui.

No decorrer desses 100 anos sem Rui Barbosa, sua obra continua importante, lida e estudada. Sua vida de dedicação ao trabalho e às causas nobres, um exemplo. Alegremo-nos.